Cadeia de óleo e gás já demitiu 6 mil trabalhadores em menos de 3 meses
Diretamente afetado pelos problemas da Petrobras, setor já trabalha com metade de sua capacidade produtiva
A cadeia de fornecedores de óleo a gás sente fortemente os efeitos da desaceleração da Petrobras, envolvida em escândalos de corrupção e desvio de dinheiro. Com a dificuldade da estatal para firmar novos contratos e a diminuição do plano de investimento para este ano, os fornecedores já começaram a demitir e cortar produção, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Ao todo, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde o ano passado cerca de seis mil trabalhadores já foram desligados. Hoje, as companhias operam com apenas 50% de sua capacidade produtiva.
De toda a indústria de máquinas e equipamentos, o setor de óleo e gás representa 15% dos 80 bilhões de reais em faturamento anual. Segundo o presidente da Abimaq, José Velloso, cerca de 900 empresas fabricantes de materiais trabalham para a Petrobras direta e indiretamente.
O problema se alastra por todo o Brasil. Além da redução da atividade nos estaleiros de Pernambuco, empreendimentos como o Polo 2 de julho, no interior da Bahia, foram interrompidos. O empreendimento, segundo o jornal O Globo, previa investimentos de até 2 bilhões de reais e geração de até 12 mil empregos. No sul, o crescimento do polo de Rio Grande (RS) também minguou e a formação de outro, em Charqueadas, não saiu do papel.